Impacto e Ciência

As tendências de tecnologia para o Agro em 2025

16/dezembro/2024

Recentemente, dentro do contexto do projeto do AptaHub Acelera, no qual atuamos como executores, fomos provocados a apresentar o que temos achado de relevante para as tendências de tecnologia para o Agro em 2025. Quem acompanha a Deep Wylinka sabe que essa é uma pauta que volta e meia aparece em nossos textos – seja nas soluções encontradas na Consumer Eletronics Show (sobre a qual temos um post todo ano), seja em estudos que realizamos há muitos anos, como esse post de 2016 sobre o encontro da agricultura com a biologia. Aproveitamos então a oportunidade para revisitar o tema e escrever aqui o que estamos vislumbrando para o futuro das AgTechs! Então, bora entender mais essa realidade?

Antes de tudo, contexto.

Antes de falar sobre tecnologias que podem transformar o Agro do Brasil, gostaríamos de reforçar o porquê de se falar sobre Agro no Brasil. De maneira bem objetiva, o Agro tem representado algo como 20% do PIB e dos empregos no país, além de corresponder a mais de 40% das exportações nacionais. Falando em exportação, muito do saldo positivo da nossa balança vem com os cerca de US$150bi positivos gerados pelo Agro (enquanto os outros setores usualmente geram um valor de US$50bi negativos). Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por exemplo, o Brasil lidera exportações em uma série de produtos, como soja, café, laranja, açúcar, entre outros.

(Participação do Brasil na exportação de produtos Agro)


(Participação do Agro no saldo da balança comercial brasileira)

Fonte: CNA – Panorama do Agro 2024

Além disso, o Agro conta com algumas alavancas de transformação. Primeiro, muitos produtores agrícolas estão vendo seus filhos voltando das universidades (graduação e pós) munidos de uma série de novas abordagens gerenciais e de tecnologia – uma mudança geracional que vem modernizando o setor e criando maior receptividade à inovação. Em paralelo, o Agro tem contado com uma inserção massiva de soluções de internet via satélite (em especial Starlink), o que alavanca as oportunidades de adoção de tecnologias conectadas. Por fim, movimentos internacionais, como a guerra na Ucrânia e as crises climáticas nos EUA, têm gerado uma maior dependência internacional dos produtos agrícolas brasileiros. O resultado? Um timing perfeito para grandes saltos de inovação no setor nacional nos próximos anos.

E diante desse contexto tão positivo, quais tecnologias a gente aqui da Wylinka tem olhado como grandes candidatas para o Agro em 2025? Listamos algumas.

Robôs e sensores

Embora ainda tenhamos um desafio nacional em que o preço de sensores e equipamentos é muito atrelado ao dólar, a depender dos saltos de eficiência, veremos cada vez mais esse tipo de tecnologia chegando no Brasil. Destacamos:

  • Robotização para automação de tarefas, com soluções que ajudem a combater a escassez e a insalubridade da mão-de-obra no campo. A John Deere, por exemplo, tem avançado muito nessa linha, como o seu recém lançado trator autônomo junto à startup Agtonomy.
  • Sensores para colheita, com destaque para soluções com AI embarcada que permita uma maior qualidade em modelos preditivos frente aos desafios climáticos que estamos enfrentando. Um caso brasileiro que vem ganhando força é, por exemplo, a startup Cromai, dos nossos parceiros da Caos Focado.
  • Monitoramento bovino, como colares para gado e sensores que otimizam a produção de leite e processos de fertilização.

Produção e longevidade

Com mudanças climáticas e problemas regionais de produção ligados à geografia, teremos cada vez mais uma atenção a maneiras de se produzir em climas adversos ou maneiras de se exportar com maior longevidade. E daí temos algumas apostas:

  • Fazendas indoor – como é o caso da startup brasileira Pink Farms, cada vez mais veremos o avanço para soluções que emulam condições climáticas perfeitas para produtos mais nutritivos, resistentes e com menos conservantes.
  • Películas e compartimentos serão cada vez mais solicitadas para aumentar a longevidade de alimentos, como é o caso da startup Apeel – uma startup que faz películas comestíveis para aumentar a vida útil de frutas e legumes e já vale mais de US$2bi.
  • Logística de alimentos também é chave, e soluções de sensoriamento de áreas de armazenamento (cold supply chain) poderão vir com toda a força. É o caso da startup de “controle da atmosfera de armazenamento de alimentos” PostHarvest.

Biotecnologia

Por fim, acreditamos muito na interface de biotech com agro. O uso de avanços em áreas de fronteira em saúde, engenharia genética, terapias e microbiologia, pode ser bastante central na modernização do Agro. Nesse aspecto apostamos em três frentes:

E para você, qual o futuro do Agro?

Essas foram nossas apostas para o que deve acontecer nos próximos anos – e que possivelmente já veremos movimentos em 2025. Estamos bastante atentos ao tema, porque, como podem ver – o coração do futuro do Agro mora nas Deep Techs. E como Deep Tech é a nossa maior pauta, queremos cada vez mais ver coisas surgindo nesse espaço.

E se você tiver interesse em criar algum programa de suporte às Deep Techs no agro brasileiro, não deixe de nos procurar! É só entrar em contato com nosso comercial, Anna Bolivar (anna.bolivar@wylinka.org.br). Também não deixe de nos acompanhar nas redes sociais – Linkedin e Instagram.

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