Deep Techs e Startups

7 tendências (e startups) que podem revolucionar o 2020 brasileiro.

24/novembro/2019

7 tendências (e startups) que podem revolucionar o 2020 brasileiro.

Aqui na Wylinka, atuamos em diversos programas de desenvolvimento de startups e mapeamento de ecossistemas. Com isso, conseguimos identificar diversas tendências futuras e startups que estão começando a estressar tais tendências — e, nessa posição privilegiada, gostaríamos de compartilhar algumas com vocês. 🙂

Photo by Djim Loic on Unsplash

#1 Digitalização de setores antes burocráticos

O que começou com os aplicativos de taxi hoje se espalhou para o país: utilizar plataformas digitais e uma nova abordagem para eliminar burocracias de setores ultrapassados. Nos últimos anos, vimos unicórnios e grandes projetos nascendo desse movimento — Nubank desburocratizando os cartões, Quinto Andar desburocratizando processos de locação, e, mais recentemente, Ebanx com sistemas de transação financeira.

Mas o fato é que o Brasil ainda tem diversos setores super burocráticos e com processos lentos. Os cartórios, por exemplo, já têm perdido a briga para startups de digitalização de contratos (que começam a ser utilizadas até por construtoras), como a ClickSign. Seguradoras encontram startups emergentes ameaçadoras, como a Pier Digital, que está começando com seguros de smartphone, mas planeja expandir rapidamente para outras verticais. A gestão condominial, super lenta e trabalhosa, encontra suporte de startups como a Lar.app, que facilita todos os processos gerenciais em um condomínio.

#2 Disrupção das Telecoms

Os bancos eram dos maiores causadores de dor de cabeça para o cidadão comum, e tais gigantes começaram a ser atropelados pelas fintechs que se propuseram oferecer, além de tecnologia, uma coisa bem simples: qualidade na prestação de serviço e atendimento. Nessa linha, qual o próximo setor que causa dores de cabeça similares ao cidadão comum? Isso mesmo, as telecos.

Recentemente, começaram a surgir modelos inovadores no Brasil, como é o caso da startup Fluke Operadora — uma operadora digital sem amarras nem burocracias. Outros horizontes poderão ser explorados, como plataformas agregadoras dos emergentes provedores locais e muito mais.

#3 Reinvenção da educação

Embora tenha havido uma explosão de universidades nos últimos anos, o desemprego continua alto. Um dos motivos é o fato de esse movimento ter sido mais uma “fábrica de diplomas” do que de conhecimento. A partir disso, qual o horizonte? Educação de verdade.

Alguns modelos americanos se estabeleceram bem no sentido de oferecer educação de verdade — que é o caso da Lambda School, onde o aluno só paga quando estiver bem empregado. A startup, hoje uma das queridinhas do Vale do Silício, se utiliza das plataformas digitais para oferecer educação de qualidade ao mesmo tempo que assume o risco por essa qualidade oferecida. O resultado dessa gratuidade até o sucesso do aluno? Muita gente querendo fazer parte, muita gente tendo sua carreira transformada. No Brasil, modelos similares começaram a surgir, como é o caso da Future4.

#4 Um país com muitos carros demanda melhores plataformas

Um jeito interessante de identificar modelos que podem dar muito certo no Brasil é olhar para países em situação similar (emergentes, grande população e instituições ainda atrasadas). China e Índia geralmente tem unicórnios similares aos nacionais, especialmente Índia.

Nessa linha, temos a Cars24, marketplaces de carros usados, que acabou de levantar uma rodada de US$100MM na Índia. Em paralelo, nosso país continua com marketplaces pouco seguros e burocráticos. Para aluguel de carros, startups como Kovi e Vai.Car tem começado a despontar nessa facilitação com foco em motoristas de aplicativo. Similar à Cars24, temos a Volantly também fazendo suas primeiras captações mais robustas, como uma recente de R$70MM. Horizontes possíveis podem morar nas estruturas de leasing, ainda pouco exploradas no país.

#5 Hollywood 2.0: influenciadores e criativos precisam de suporte

Hollywood 2.0 é uma tendência levantada pela Y Combinator que defende que o mercado de youtubers e influencers em rede sociais são as novas plataformas de criação de artistas. Segundo a YC, há uma demanda por startups que possam melhor agenciar/dar suporte a essas figurinhas. O Brasil é um dos países que figura no topo de youtubers com maior volume de seguidores, representando um grande pólo para surgimento desse tipo de solução.

Como fazer com que músicos emergentes ganhem mercado? Como permitir que microinfluencers possam ser contratados sem burocracia por empresas interessadas em divulgação? Quais serviços serão utilizados por estes em termos de gestão financeira, distribuição e fornecimento de equipamentos? Um mercado gigante para um país de criativos 🙂

#6 Transformação dos serviços médicos

A saúde no país é, como bem sabemos, precária e, na maioria dos casos, elitizada. Casos como Dr. Consulta conseguiram crescer bastante atacando essa base da pirâmide, mas ainda há muito a ser feito. Com a legislação de telemedicina cada vez mais propensa a sair, muitas startups podem surfar nessa onda e algumas já estão começando testes em modelos legalmente viáveis — como é o caso da FalaDoc, dos criadores da FalaFreud, que conecta médicos e pacientes por aplicativo.

Não somente a telemedicina, mas outras maneiras de agenciamento de médicos que fuja dos altos custos de seguradoras (para se aprofundar, pesquise sobre inflação médica) serão tendência no país em 2020. Recentemente fundada por brasileiros formados em Harvard, a startup Cuidas ataca um pouco esse desafio, com serviços para saúde corporativa levando os médicos às empresas. Outros desafios como a aplicação de AI em saúde, interoperabilidade de sistemas (comunicação entre sistemas diferentes), bem como os desafios de adaptação à LGPD, serão boas oportunidades para novos empreendedores e empreendedoras.

#7 Uma potência energética pode vir a ser uma potência em tecnologias para energia

A diversidade de fontes energéticas, assim como a de recursos financeiros movimentados, no país é uma das principais oportunidades para 2020. O setor, geralmente caracterizado como um monopólio natural garantido por grandes concessões, passa pela transformação chamada de 3D: digitalização, descarbonização e descentralização. Isso significa que surgem novos horizontes de geração e distribuição de energia, com novas fontes mais limpas e plataformas digitais descentralizadas — resultando em pressão competitiva e oportunidade a ser explorada. Com essa onda, as grandes empresas têm investido bastante em startups, como a EDP e seu programa de startups e a ISA CTEEP com sua modernização do P&D no país.

Vindo de baixo, startups também surgem com as oportunidades do 3D em energias renováveis: como é o caso da premiada na ONU Aqualuz, premiada por utilização de energia solar para purificação de água a baixo custo, ou a Sun Mobi, startup que descentraliza o acesso a energia via painéis solares no Brasil.

E aí, quais suas apostas para 2020?

O ano que está chegando é o começo de uma nova década para o país. E se isso depender dos empreendedores e empreendedoras brasileiros, muita transformação está por vir!

Se você tem interesse em realizar projetos com Wylinka para desenvolvimento regional a partir do mapeamento e desenvolvimento de startups, não deixe de nos procurar! Esse tipo de trabalho é uma das nossas maiores expertises — que vão desde a execução do SEED-MG, programa de startups do Governo de Minas, até o Raja Launch, programa de aceleração de startups do Raja Ventures. Também atuamos com negócios de impacto, como fizemos com a MRV, e com políticas públicas, como nosso último projeto com o Reino Unido. Não deixe de mandar um email para a Sara Aquino (sara.aquino@wylinka.org.br), do nosso comercial, que ela faz a mágica dela. 🙂

Esperamos que tenham gostado! Because, when you rock, #wyrock!

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