A importância de infraestruturas terceirizadas para deep techs de biotecnologia
Startups buscam nas infraestruturas terceirizadas uma opção de melhor custo-benefício para desenvolver e produzir suas tecnologias
As deep techs possuem naturalmente muitos obstáculos para seu desenvolvimento. A natureza do trabalho, por si só, demanda muito tempo de pesquisa e desenvolvimento, o que demanda uma necessidade maior de investimentos.
Se tratando de biotecnologia e áreas afins, o desenvolvimento das tecnologias demanda também o uso de infraestruturas devidamente certificadas, como laboratórios e plantas produtivas.
O que são deep techs?
Também conhecidas como hard tech (tecnologia pesada, em uma tradução livre), as deep techs (tecnologia profunda) são empresas ou startups que trabalham com soluções científicas ou tecnológicas de alta complexidade.
Alguns exemplos de áreas de deep tech são inteligência artificial, que trabalha com computadores aplicativos responsivos; robótica, com robôs e drones; e biotecnologia, com vacinas e diagnóstico in vitro.
O que é biotecnologia?
A biotecnologia é, de uma forma resumida, a ciência que aplica sistemas biológicos (organismos vivos) em tecnologias. Embora exista desde 6.000 a.C., quando fermentavam alimentos e bebidas alcoólicas, a biotecnologia recebeu este nome somente em 1.919. Posteriormente, com o descobrimento do DNA e de técnicas de manipulação de material genético, a biotecnologia se tornou “biotecnologia moderna”.
Com ao menos 11 subáreas de atuação/conhecimento, a biotecnologia é dividida em cores, como a biotecnologia vermelha, que está relacionada ao ramo da medicina, ou a biotecnologia dourada, voltada para bioinformática.
Com sua importância em destaque no cenário pandêmico e pós-pandêmico, a biotecnologia tem crescido cada vez mais e, segundo estudos da consultoria Deloitte, já representa 27% do mercado global e a tendência é que chegue a 31% até 2024. Desde 2003 a biotecnologia é considerada prioridade estratégica no Brasil.
A necessidade de infraestrutura
Por ser uma área crescente e de grande importância para a sociedade, a biotecnologia tem estado cada vez mais em evidência entre investidores, mas ainda encontra alguns desafios para angariar investimentos. Além do tempo de desenvolvimento longo quando comparado a tecnologias que não fazem parte das deep techs, o que significa um investimento com retorno mais demorado, as startups de biotecnologia possuem soluções difíceis de entender para quem não é da área.
Ainda destes, a biotecnologia tem outro obstáculo que traz ainda mais dificuldades: a necessidade de infraestrutura para desenvolver seus negócios. Startups deste setor precisam obrigatoriamente de estrutura laboratorial para executar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) de seus produtos.
Porém, startups, principalmente em estágio inicial, são empresas que ainda não possuem grande capacidade de investimento. E uma infraestrutura laboratorial tem custos na casa de centenas de milhares de reais, quando simples. Sem contar as complexas licenças e regulamentações que levam meses ou até anos para serem conquistadas.
Há ainda as startups que demandam, além dos laboratórios, plantas produtivas para fabricar seus lotes-pilotos e também os primeiros lotes comerciais. O que novamente custaria centenas de milhares de reais.
O ciclo vicioso é que as startups precisam de grandes investimentos para construir tais estruturas e conseguir desenvolver seus produtos, mas precisam de seus produtos para conquistar os investidores. No fim das contas, estas estruturas se tornam um sonho distante não somente para startups, mas também para empresas de pequeno e médio porte.
Uma das soluções que existia até então era “vender” a propriedade intelectual a grandes empresas, que então cederiam o seu espaço para a startup, mas neste formato o lucro ficaria quase integralmente com as empresas.
Infraestruturas terceirizadas
Uma solução mais interessante para este tipo de startups é a de infraestruturas terceirizadas, como um atalho para que estes empreendimentos consigam desenvolver e fabricar seus produtos com um custo muito inferior e a possibilidade de execução de testes.
Tais infraestruturas funcionam como um ambiente de coworking, mas laboratorial, para que pesquisadores, startups e empresas tenham acesso a equipamentos de ponta e iniciem os seus desenvolvimentos e realizem os devidos testes. Desta forma, quebra-se este ciclo que inviabiliza a evolução de novos negócios.
Com esta opção, o leque de possibilidades para novas startups é muito maior e mais acessível, dando também a possibilidade de que negócios com menos investimentos consigam se desenvolver em uma etapa mais inicial e então conquistar a atenção de investidores.
Mesmo ainda sendo novidade no Brasil, estas estruturas já são encontradas disponíveis para startups. O BiotechTown, hub de inovação na região metropolitana de Belo Horizonte, disponibiliza o Open Lab e o CMO, estruturas laboratoriais e produtivas, respectivamente, com acesso desburocratizado e modelo de negócio flexível.
BiotechTown
Hub de inovação voltado para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios nas áreas de Biotecnologia e Ciências da Vida, o BiotechTown atua de ponta a ponta no ecossistema. O hub disponibiliza ao público estruturas de laboratório compartilhado, o Open Lab, e planta produtiva, o CMO, viabilizando o surgimento de novos produtos que cheguem até a vida das pessoas.
O Open Lab é uma infraestrutura laboratorial compartilhada, composta por quatro laboratórios: de Microbiologia, de Biologia Molecular, de Cultivo Celular e de Estabilidade, todos devidamente licenciados e seguindo as diretrizes da RDC 512/2021.
Já o CMO (Contract Manufacturing Organization) é uma planta produtiva voltada para a fabricação de itens para diagnóstico in vitro. Criada para operar em alta performance e escala industrial, o CMO atende empresas de todos os portes no desenvolvimento de lotes-piloto e lotes comerciais, oferecendo serviços de forma exclusiva e customizada.
Além de disponibilizar estruturas e viabilizar diversas conexões, o BiotechTown atua no desenvolvimento de startups. Por meio do Programa de Desenvolvimento de Negócios, investe e acelera startups de biotecnologia e ciências da vida, fazendo com que elas cheguem ao mercado com sucesso e estabilidade. Desde 2018, o hub já investiu em 31 startups, somando R$10.1 milhões aplicados no ecossistema.
Texto produzido pela equipe do BiotechTown