Deep Techs e Startups

Implementando cursos de empreendedorismo e programas de apoio a startups em tempos de quarentena

26/abril/2020

Implementando cursos de empreendedorismo e programas de apoio a startups em tempos de quarentena

Com a necessidade de isolamento social tendo seus prazos de duração prorrogados pelas autoridades sanitárias, uma verdade ficou cada vez mais clara: precisaremos nos adaptar. A preponderância de atividades remotas fará com que muitas organizações se adaptem, e nesse contexto são inclusas as instituições de ensino e as entidades promotoras de suporte a novos negócios. Nesse contexto, contexto no qual a Wylinka está imersa há anos, fica a pergunta: como se adaptar?

A boa notícia é que muitas das atividades nas quais nos engajamos nos últimos anos tinham algum elemento remoto. Alguns gestores da Wylinka inclusive já rodaram programas diversos de suporte a startups ou de ensino de empreendedorismo em modo remoto — geralmente uma estratégias adotada para atingir o país inteiro. Com isso em mente, resolvemos escrever esse post com boas práticas para instituições voltadas a duas missões específicas: ensino de empreendedorismo e programas de aceleração/suporte de startups.

O mundo mudou! E qual é o novo normal?

Para um contexto de operações completamente remotas, essas seriam as mudanças principais das duas vertentes que selecionamos:

  • Ensino de empreendedorismo: aulas remotas sofrem com a dificuldade de realização de trabalhos em grupo e engajamentos dos alunos. Podem se beneficiar de práticas de trabalho remoto para ensinar trabalho em equipe com times descentralizados, além de poder explorar ferramentas digitais para a realização de novas dinâmicas, como flipped classroom (sala de aula invertida) alavancada por comunicadores.
  • Programas de aceleração: atividades remotas podem perder em termos de colisões aleatórias comuns em programas presenciais, além de ter maior dificuldade na construção de comunidade e comemoração de conquistas. Podem se beneficiar de rede de mentores(as), agora com mais facilidade de serem plugados a empreendedores(as); com tudo ocorrendo no digital, a captura de dados pode permitir maior previsibilidade e visibilidade de aderência e sucesso em programas.

Com esse breve cenário, vamos às boas práticas!

Photo by Mwesigwa Joel on Unsplash

Respostas ao novo mundo: crescendo em meio à quarentena.

Das nossas vivências e experiências, elencamos 4 mudanças importantes para responder às limitações impostas pela quarentena — e crescer com elas:

  • Apostar em peer-based learning: como a aderência é um problema, uma boa estratégia é o uso de pares para estimular a participação e engajamento de alunos (ou empreendedores). Um exemplo é a experiência que um dos nossos gestores está passando em um programa de formação remoto criado por um professor de Stanford para substituir sua disciplina de MBA nesse período de coronavirus: a inscrição ocorreu obrigatoriamente em duplas. Tendo uma dupla, o compromisso de leituras e participação aumenta muito devido à pressão social — o que impede quebras de engajamento e incentiva um aproveitamento bem mais completo do programa. Além disso, a utilização de comunidade como uma maneira de ajuda coletiva (uns ensinando os outros) é um poderoso mecanismo para tornar as ações mais escaláveis — canais do slack, por exemplo, podem ser criados como grupos de extensão.
  • Investir em infraestrutura de informação: diversas soluções digitais podem garantir mais efetividade na formação das pessoas — seja no suporte a startups, seja na educação de alunos. Um exemplo é a utilização do slack para criar comunidades temáticas diferentes em canais, para a conexão de pessoas ou para estimular encontros aleatórios / formação de comunidade, como faz o pessoal do basecamp. Cohorts diferentes dentro do mesmo slack pode ser um elemento muito poderoso na formação de rede e comunidade, inclusive na abertura de portas ou conexão para mentoria. Além disso, mecanismo de captura de informação e organização de dados (typeform + airtable, por exemplo), podem permitir um nível de granularidade de dados muito grande, o que ajuda a tomadas de decisão mais rápidas e ajustes de rota.
  • Flipped classrom online é tão poderoso quanto offline: a sala de aula invertida, onde estudantes apresentam os conhecimentos, é um elemento muito beneficiado pelos dois pontos acima (peer-based learning + infraestrutura de comunicação). Em um programa de aceleração remoto executado por anos por um dos nossos gestores, encontros quinzenais de follow up eram realizados nesse formato: eram formados grupos de 5 a 6 startups, havia um mentor mediador e cada grupo tinha 10 minutos para apresentar os avanços, o modelo de negócio atual e o que estavam construindo; enquanto apresentavam, as outras startups ficavam em uma thread do slack dando sugestões, indicando pessoas, apontando tecnologias ou modelos similares etc.; no final de cada apresentação, o mentor dava direcionamentos gerais (que beneficiava a todos os participantes). Com isso, o aprendizado era coletivo e, em vez de um professor, todos se tornavam partícipes da formação de cada um.
  • O síncrono e o assíncrono caminhando juntos: aulas ao vivo são fundamentais, mas ao mesmo tempo podem ser cansativas. Para minimizar isso, vídeos gravados, leituras prévias, atividades práticas e flipped classroom podem ser formatadas em um programa robusto que garante engajamento e crescimento de todos. Uma aula de MBA que teria a duração de 8h quinzenais, por exemplo, poderia ser transformada por: (i) leituras prévias, em pares aleatoriamente alocados toda semana, com submissão das discussões em uma thread do slack; (ii) 120 minutos divididos em 10 episódios curtos de podcast que podem ser consumidos diariamente; (iii) 2h de aula ao vivo, por Zoom; (iv) 2h de flipped classroom com alguma tarefa maior sendo apresentada pelos estudantes como apontado acima.

E para você, qual o futuro?

Independente do quanto tempo durar as recomendações de quarentena dadas pelas autoridades sanitárias, crescer nesse processo é sempre positivo. A implementação das práticas acima traz benefícios também para quanto todos retomarmos as atividades presenciais, e essa melhoria dos produtos (seja educacionais, seja de aceleração) causada por toda essa crise pode ser uma saída sobre como encarar esse momento. Aqui na Wylinka, por exemplo, o período veio com esse tipo de reflexão, bem como com esforços direcionados ao levantamento de tecnologias que combatam a situação atual (alguns links temos jogado no nosso LinkedIn, como você pode ver aqui).

Então terminamos esse post com um convite para sugestões aqui nos comentários. Vocês, professores e professoras de empreendedorismo, gestores e gestoras de programa de aceleração, o que têm feito para adaptar seus serviços em temos de quarentena? Escreva aqui embaixo!

E se você quiser contratar a Wylinka para a implementação de práticas similares (ou mais robustas) às que falamos acima, é só mandar um email para o Winícius Oliveira(winicius.freitas@wylinka.org.br), nosso chefe comercial!

Materiais complementares que recomendamos:

Esperamos que tenham gostado! Because when you rock, #wyrock.

Autor: Artur Vilas Boas

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