Mês da mulher: 3 cientistas brasileiras que você precisa conhecer.
Mês da mulher: 3 cientistas brasileiras que você precisa conhecer.
Março foi um mês difícil: adaptação das pessoas às rotinas de distanciamento social, retração econômica, pandemia escalando e notícias cada vez mais difíceis de suportar. Mas foi também o mês de vislumbrarmos a importância da ciência e seu papel no combate a coisas muito maiores do que nós. E, sendo o mês da mulher, resolvemos fechá-lo com um artigo sobre grandes cientistas brasileiras que pouca gente conhece.
O post de hoje contou com a colaboração de um dos diretores do Instituto Questão de Ciência, que, como a Wylinka, acredita muito no papel da ciência — especialmente na formulação de políticas públicas. O Paulo Almeida nos ajudou na curadoria dos nomes e suas recomendações viraram as protagonistas desse texto. Sem mais delongas, vamos ao texto!
#1: Duília de Mello
Começando com uma pesquisadora da NASA, a Duília é uma brasileira radicada nos EUA reconhecida por seus trabalhos em astronomia e astrofísica. Para quem não conhece, ela é chamada de “Mulher das Estrelas” por ter descoberto uma Supernova (1997D) e as Bolhas Azuis (uma espécie de “berços de futuras estrelas”). Além disso, em 2013, a cientista participou da descoberta da maior galáxia espiral do universo, a galáxia do Côndor (NGC6872).
Não somente uma grande pesquisadora, Duília de Mello é uma reconhecida professora da Universidade Católica da América, em Washington. Segundo ela, seu objetivo é “mudar o mundo, um aluno de cada vez”. Formou-se em Astronomia pela UFRJ, fez Mestrado no INPE e Doutorado na USP. Seu pós-doutorado foi realizado nos (i) Observatório Interamericano de Cerro Tololo — Chile, (ii) Observatório Nacional — RJ e (iii) Space Telescope Science Institute, o instituto do Telescópio Hubble — EUA.
A professora já ganhou prêmios diversos, e hoje tenta fazer com que o sucesso de sua carreira impacte outras pessoas no Brasil. Sua biografia está no livro Vivendo com as Estrelas, no qual ela conta não só sobre sua trajetória, mas apresenta dicas sobre o que fazer para se tornar um(a) astrônomo(a). Ela também dá palestras em escolas, financia a instalação de clubes de ciência, financia bolsas de iniciação científica e patrocina diversas atividades de apoio à ciência no Brasil — tudo isso por meio do Instituto AME.
#2:Tabita Hunemeier
Um dos maiores nomes de genética populacional do nosso país, a Tabita é professora na USP e venceu o Prêmio L’Oreal Mulheres na Ciência de 2015. Seus trabalhos com ancestralidade contribuíram com pesquisas recentes que auxiliam na identificação de mutações associadas à narcolepsia, por exemplo.
Recentemente, Tabita foi apresentada, junto com Lygia da Veiga Pereira, como “as cientistas que querem revolucionar o estudo do DNA no Brasil”, cujo objetivo é colocar o Brasil no mapa mundial da pesquisa em genética, além de criar uma base de dados que considere o DNA brasileiro para pesquisas em saúde e analisar traços de ancestralidade da nossa genética. Atuamente, essa pesquisa conta com o apoio da Google e do laboratório Dasa.
#3: Suzana Herculano-Houzel
Com dezenas de artigos e muitos livros publicados, a Suzana é um dos maiores nomes da Neurociência nacional, com pesquisas voltadas para neuroanatomia comparada. Sua graduação foi em Biologia pela UFRJ, com Mestrado nos EUA (Case Western Reserve), Doutorado na França (Sorbonne University Pierre and Marie Curie Campus) e pós-Doutorado na Alemanha (Max Planck Institute). Hoje, participa do corpo editorial dos veículos Revista Neurociências, Brain, Behaviour and Evolution Journal e editora Jorge Zahar.
Após grandes conquistas, como um inovador método de contagem de neurônios em cérebros — que permite diversas análises, como a capacidade cognitiva de pessoas, Suzana conseguiu um enorme respeito na comunidade científica internacional, mas ainda assim sofreu para financiar suas pesquisas. No Brasil, chegou a ter que tirar dinheiro do próprio bolso para financiar atividades do seu laboratório na UFRJ, decidindo voltar para os EUA, onde atua como professora e pesquisadora pela Universidade Vanderbilt. Sua saída do país, em 2016, marcou uma série de críticas sobre a falta de apoio que cientistas têm por aqui.
Nos últimos anos em que atuou no Brasil, Suzana se engajou bastante na divulgação científica — coisa que faz até hoje: escreveu para diversas colunas de jornal, além de ter apresentado e organizado o quadro NeuroLógica, no Fantástico.
Feliz mês das mulheres!
Esse foi mais um texto nosso sobre mulheres em ciência. Outras leituras sobre o assunto você pode encontrar nos nossos textos: (i) 4 brasileiras fantásticas das quais talvez você nunca tenha ouvido falar; (ii) sobre ser líder e mulher no universo de Ciência e Tecnologia; (iii) Por que precisamos falar sobre mulheres em tecnologia.
Esperamos que tenham gostado e que prestemos cada vez mais atenção à Ciência e às mulheres da nossa Ciência. Se você tiver interesse em realizar algum estudo mais aprofundado sobre mulheres em ciência, não deixe de nos procurar: é só mandar um email para a Sara Aquino (sara.aquino@wylinka.org.br), nossa chefe comercial! No nosso site você pode conhecer outros projetos que já fizemos em Ciência e Tecnologia pelo Brasil e pelo mundo.
Because when you rock, #wyrock.